segunda-feira, 9 de março de 2009

Sobre os erros cometidos da Igreja e da sociedade brasileira


Sobre os recentes acontecimentos que fizeram mais uma vez a Igreja se opor a sociedade, no caso da menina de 9 anos estuprada por seu padrasto o qual a fez engravidar de gêmeos que por sua vez foram abortados de maneira “legal”, é necessário que se faça um comentário ponderado a luz do cristianismo bíblico.

Para quem está por fora dos acontecimentos confira o site:(http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1031524-5598,00-MENINA+QUE+INTERROMPEU+GRAVIDEZ+DE+GEMEOS+RECEBE+ALTA.html)

Primeiro é preciso dizer que a questão se põe sobre dois pontos: o aborto e Dom José Cardozo Sobrinho (arcebispo de Olinda e Recife). A junção desses dois fatores fez desencadearem uma situação desagradável, em que os inimigos da Igreja se aproveitaram para tentar destruir os princípios da Lei de Deus. Até o ponto de uma das médicas do CISAM (Fátima Maia) afirmar com todas as letras [segundo o site do Jornal Cruzeiro do sul.]: "Graças a Deus estou no rol dos excomungados", e as Comunidades de Base italianas afirmarem [segundo o site da UOL]: "mais uma vez, o sentido de distanciamento radical entre a 'Igreja do Poder' e os dramas humanos". (http://noticias.uol.com.br/ultnot/ansa/2009/03/07/ult6817u1905.jhtm)

Primeiro é preciso dizer que, se não havia o risco real da morte da mãe com seus dois bebês durante a gestação, o qual não foi bem falado pelos médicos e comprovados por laudos destes para imprensa de forma ampla, embora que saibamos que tal possibilidade existia, o que aconteceria seria um assassinato de duas crianças inocentes. Dizer que essas crianças poderiam se tornar bandidos é algo que chega a ser ridículo. E mesmo que se tornassem. Não existe no Brasil pena de morte. Condenar duas crianças inocentes à morte é ser pior do que o padrasto. Pois o padrasto estuprou uma inocente e os médicos assassinariam dois inocentes. Sem clemência, jogariam no esgoto duas vidas. Ninguém deveria ser conivente com tamanha barbaridade.

Por outro lado a Igreja católica na figura de seu arcebispo errou feio. Tudo poderia ser levado por outro lado. Mas sabemos como é Dom José. Este nem de longe lembra um bispo. Não mostrou interesse pela criança, respondeu as perguntas feitas a ele da pior forma possível. Quando Lula falou (besteira) que a medicina (generalizando) seria mais correta que a Igreja (generalizando), Dom José mandou ele se consultar com o teólogo, e ele (um arcebispo) não seria teólogo? E quando excomungou os médicos e mãe da menina, não excomungou o padrasto dizendo que o estupro é um crime menor. Um absurdo difícil de acreditar que saiu da boca de um homem que deveria ser um pastor.

Não é de hoje que o arcebispo de Olinda e Recife demonstra não ter as qualidades necessárias para estar de frente a uma igreja, se nos estudarmos com cuidado sua biografia veremos um grande número de falhas no uso do magistério. Observe que não são falhas cometidas contra as leis canônicas, nisto ele é impecável (Dom José é doutor em Direito Canônico pela Universidade Gregoriana). São falhas de pastor mesmo, ao perseguir subordinados seus (pela hierarquia eclesiástica), como ele fez repetidas vezes.

Existiam várias maneiras de se lidar com esse impasse. O arcebispo deveria investigar a probabilidade de morte da menina, mostrando a revolta e indignação da comunidade cristã contra a violência doméstica e sexual, mostrar o que tem feito no combate de tamanha violência, excomungar o padrasto, contratar um advogado para família, oferecer meios de proteger a criança, sejam por meios financeiros, seja por forma jurídica. Com acompanhamento psicológico e espiritual, dada pela comunidade eclesial.

Muitas coisas deveriam ser feitas, mas não foram. A Igreja, na pessoa do arcebispo de Olinda e Recife, se mostrou distante da sociedade e de Deus. A sociedade, temerariamente, se mostrou mais preocupada e se rebelar contra a Igreja do que com a vida dos gêmeos. Dom José pode ter errado na maneira, mas o aborto pelo aborto, onde não há maior risco para mãe e para os bebês, independente do que a lei disser é um crime, um dos mais perversos e está completamente contra a Bíblia, contra a dignidade humana.

No Salmo 139.16, o salmista diz com referência a Deus: "Os teus olhos me viram a substância ainda informe". O autor se utiliza da palavra golem, traduzida como "substância", para descrever-se a si mesmo enquanto ainda no ventre materno. Ele se utiliza desse termo para se referir ao cuidado pessoal de Deus por ele mesmo durante a primeira parte de seu estado embrionário (desde a nidação até as primeiras semanas de vida), o estado antes do feto estar fisicamente "formado" numa miniatura de ser humano. Sabemos hoje que o embrião é "informe" durante apenas quatro ou cinco semanas. Em outras palavras, mesmo na fase de gestação da "substância ainda informe" (0-4 semanas), Deus diz que Ele se importa com a criança e a está moldando (Salmo 139.13-16). (http://www.chamada.com.br/mensagens/fatos_aborto.html)


Consequências psicológicas

Uma investigação levada a cabo na Finlândia identificou uma forte associação estatística entre o aborto e o suicídio. A taxa de suicídio num período de um ano após o aborto era três vezes superior a todas as mulheres de uma forma geral, sete vezes superior à taxa verificada entre mulheres que tinham levado a gravidez até ao fim, e quase duas vezes superior à taxa entre mulheres cuja gravidez tinha sido interrompida por causas naturais. As tentativas de suicídio pareceram ter particular incidência entre adolescentes sujeitas a um aborto. (Gissler, M., Hemminki, E. and Lonnqvist, J. (1996). Suicides after pregnancy in Finland, 1987-94: Register linkage study. British Medical Journal 313(7070):1431-1434.; Campbell, N.B., Franco, K. and Jurs, S. (1988). Abortion in Adolescence. Adolescence 23(92):813-823.)

Consequências físicas do aborto

A infecção do trato genital é uma complicação que surge com frequência após um aborto induzido. Uma outra complicação que pode levar à morte da mulher é a formação de um abcesso pélvico, que resulta quase sempre de uma perfuração do útero ou, em alguns casos, também dos intestinos.
A infecção do ventre e das trompas resulta algumas das vezes em danos permanentes. As trompas de Falópio [ cada um dos dois canais, à esquerda e à direita, que se prolongam até aos ovários e que terminam por uma região em forma de funil ], sendo um órgão frágil e extremamente fino, podem sofrer aderências [ união de dois órgãos ou de duas superfícies contíguas normalmente separadas ] em resultado de uma infecção. A infecção típica que envolve estes órgãos é conhecida como a doença pélvica inflamatória (PID) A febre que se poderá seguir após um aborto induzido pode indicar esta condição clínica.
(Hallberg, P., E. Hallberg and H. Amini (2004). Acute pancreatitis following medical abortion: Case report. BMC Women's Health 4(1).)




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