sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sobre o papa Bento XVI




Parece que o homem que se chama vigário de Cristo não está conseguindo agradar a gregos e troianos. Primeiro, foram as declarações que pareceram ofensivas aos mulçumanos. Na verdade a frase que ele citou, na ocasião, não foi nem dele, foi do imperador bizantino Manuel II, o Paleólogo (1350-1425), e dizia assim: "Mostre-me então, o que Maomé trouxe de novo, e ali só encontrará coisas más e desumanas, como esta, de que ele determinou, que se propague através da espada a fé que ele prega". Mas como tudo para os mulçumanos é ofensivo, ficou o dito pelo o não dito.
Contudo, o recente episódio envolvendo a Sua Santidade, chamou atenção. Primeiro, porque foi contra a determinação de seu antecessor, o papa João Paulo II, homem que o papa atual chama de santo. Na ocasião foram reabilitados quatros bispos, os quais foram excomungados, na década de 80, por não terem sido consagrados ao episcopado de maneira correta, já que eles foram elevados ao cargo de bispos pelo arcebispo ultraconservador Marcel Lefebvre sem autorização do então papa, João Paulo II. Essa foi a razão oficial, mas comentou-se que essas excomunhões estariam ligadas às críticas, desses, as transformações ocorridas na Igreja em ocasião do recente Concílio Vaticano II.
Seja qual foi a razão das excomunhões e das reabilitações, o que chamou atenção foi a declaração do bispo inglês Richard Williamson em que negava o Holocausto e desconsiderava a função das câmeras de gás como causadoras de morte de judeus. Williamson disse: “Eu acredito que não houve câmaras de gás".


O que se dá para perceber é o seguinte: o bispo Williamson ou é demente e demasiadamente estúpido ou é extremamente perverso. Pois, o que parece é que para aparecer Williamson foi extremante descortês e mostrou o porquê foi excomungado.
O mais impressionante disso foi tudo são as atitudes de Bento XVI. Ele que vinha bem em assuntos doutrinários, mostrando-se um grande teólogo, e conservador nos assuntos que a Igreja nunca deveria de ter deixado de ser conservadora. Nos últimos tempos tem se mostrado imprudente em assuntos delicados, como o tratamento com o Oriente Médio. O que aconteceu recentemente é apenas um entre tantos erros que o Vaticano pode está cometendo. Veja, por exemplo, a insistência do papa em beatificar Pio XII.
Acredito que o papa não seja adepto do nazismo. Mas, sendo ele alemão e tendo também já participado do exército de Hitler, deveria ser mais cauteloso. Pois, erros, como esses, afetam sua credibilidade. Principalmente por ele ter dito que não conhecia as declarações de Williamson, mostrando-se no mínimo desinformado, e depois exigindo que ele (o bispo) se retrate, fazendo comentar que o papa sofre intimidações da comunidade judaica. Tantos problemas poderiam ser evitados, se os cristãos tão-somente se fixassem na evangelização dos povos e não em questões políticas.

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